domingo, 21 de abril de 2013

Depoimentos


      Ler, para mim, é mais que um prazer, é uma necessidade física. Tenho necessidade de ler, assim como tenho necessidade de beber, comer, dormir.... Leio de tudo, desde Saramago (que aprecio muito) até rótulo de shampoo. Uma vez, quando tinha mais ou menos 12 anos, estava lendo Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), meu irmão perguntou se eu estava entendendo e eu respondi: “Claro!” (mentira pura! Estava era lendo por ler, porque gostava de ler).
      Na escola, tive incentivo para ler e escrever, mas como lia muito, escrevia demais também e certa vez, uma professora (substituta) questionou a autoria de uma “redação” que eu tinha feito. Fiquei super triste, pois como uma criança iria provar que tinha escrito tudo aquilo?! Hoje, enquanto professora, levo isso como experiência para não pré-julgar o que o aluno produz.
     Também adoro estar em companhia de um livro. Às vezes, até brigo com as personagens da trama. Isso aconteceu quando li O Primo Basílio. Lembro-me de que ficava furiosa com a covardia de Luísa ao se deixar chantagear por Juliana. Eu ia lendo o livro e brigando com ela, pois não aceitava que ela pudesse ser tão ingênua e medrosa (coisas de leitor!). Mas, sabe, gosto quando isso acontece, gosto quando um livro mexe com o leitor a ponto de fazê-lo mergulhar na história, interagir com a personagens, como se elas realmente existissem. 
      Acho que é esse o papel da literatura: tornar-nos mais humanos. Acho que é essa a contribuição que podemos auxiliar nosso aluno a descobrir: o caráter humanizante da literatura, através do prazer da leitura.

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