Ler, para mim, é mais que um prazer, é uma necessidade física. Tenho
necessidade de ler, assim como tenho necessidade de beber, comer, dormir.... Leio
de tudo, desde Saramago (que aprecio muito) até rótulo de shampoo. Uma vez,
quando tinha mais ou menos 12 anos, estava lendo Admirável Mundo Novo (Aldous
Huxley), meu irmão perguntou se eu estava entendendo e eu respondi: “Claro!”
(mentira pura! Estava era lendo por ler, porque gostava de ler).
Na escola, tive incentivo para ler e escrever, mas como lia muito,
escrevia demais também e certa vez, uma professora (substituta) questionou a
autoria de uma “redação” que eu tinha feito. Fiquei super triste, pois como uma
criança iria provar que tinha escrito tudo aquilo?! Hoje, enquanto professora,
levo isso como experiência para não pré-julgar o que o aluno produz.
Também adoro estar em
companhia de um livro. Às vezes, até brigo com as personagens da trama. Isso
aconteceu quando li O Primo Basílio. Lembro-me de que ficava furiosa com a
covardia de Luísa ao se deixar chantagear por Juliana. Eu ia lendo o livro e
brigando com ela, pois não aceitava que ela pudesse ser tão ingênua e medrosa
(coisas de leitor!). Mas, sabe, gosto quando isso acontece, gosto quando um
livro mexe com o leitor a ponto de fazê-lo mergulhar na história, interagir com
a personagens, como se elas realmente existissem.
Acho que é esse o papel da
literatura: tornar-nos mais humanos. Acho que é essa a contribuição que podemos
auxiliar nosso aluno a descobrir: o caráter humanizante da literatura, através
do prazer da leitura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário